terça-feira, 13 de dezembro de 2016

[Pessoal] E assim se fez mais uma Comic Con!


Dois dias depois de mais uma Comic Con Portugal ter terminado, é agora hora de fazer alguns balanços sobre o que aconteceu. Este ano contamos com quatro dias, de forma a tentar igualar as Comic Con's estrangeiras, mas a verdade é que acho que para se chegar a esse nível tem que se trabalhar muito. A Quinta-Feira foi um dia bastante morto, com um programa desinteressante, que acabou por sobreviver graças aos stands que os canais disponibilizaram e que ofereceram todo um leque de actividades para essas horas mortas. Aliás, há que dar os parabéns à tentativa de inovar dos vários canais de televisão. Desde ao já habitual Trono de Ferro de Game of Thrones da Syfy, até ao Saloon, inspirado em Westworld, da HBO e ao irreverente estúdio de tatuagens da Fox, houve um pouco de tudo, o que permitiu trazer para casa uma quantidade ridícula de brindes e fotografias. Até pipocas estavam a dar! Valeu tudo para chamar a atenção e os participantes só têm a agradecer pelas múltiplas experiências que puderam vivenciar.



Felizmente, e para que nunca se perca o ambiente de Comic Con, os cosplayers encheram a vista de toda a gente. Aliás, eles e a boa disposição deles, sempre prestáveis a tirar fotos. São claramente a prova de que não são precisos grandes convidados ou actividades a toda a hora para se ter um ambiente muito agradável e com imensa animação. Não há ano em que não me espante com a capacidade de algumas pessoas para criar o seu cosplay, já que eu provavelmente apenas faria uma coisa horrenda. Infelizmente e mais uma vez não assisti ao concurso de cosplay, já que o horário estava terrivelmente mal organizado, este ano. Se na Quinta era só espaços em branco, nos outros dias, especialmente Sábado e Domingo, era Hall of Fame, Photo Booth, Meet&Greet, Q&A, tudo a acontecer ao mesmo tempo. Meus lindos, eu gostava muito, mas não sou omnipresente e portanto não acho piada ter de perder um painel para poder ter um autógrafo. Muito menos quando estou durante esse tempo a ouvir constantemente a música do trailer do filme "Valeria". A sério, Comic Con? Quanto é que vos pagaram para ter aquela bosta a dar de meia em meia hora? E a contagem decrescente era para quê? Para nos deixar entusiasmados pela 396387385ª vez que íamos ver o trailer ou para termos tempo para fugir? E a necessidade de estar a ouvir aquilo durante os painéis, havia? Não, não havia. Espero mesmo que vos tenham pago o suficiente para aguentar com o ódio que aquilo provocou aos visitantes do evento. 



Em relação aos convidados da TV/Cinema, tenho a dizer que apesar de não serem nomes sonantes da área, foram só pessoas simpáticas que adorei conhecer. Cobie Smulders com certeza conquistou ainda mais o meu amor, ao ser tão humilde como divertida e conseguir criar o melhor painel de todos, juntamente com Joe Reitman. Kevin Sussman foi outro que conseguiu conquistar-me, ao mostrar-se uma pessoa tão adorável e com a qual facilmente nos familiarizamos por ser igual ao personagem com que ficou conhecido, o Stuart de The Big Bang Theory. Notou-se claramente como ele estava nervoso por estar ali, o próprio admitiu-o, mas foi uma presença extremamente adorável. Incansável foi também Sean Teale, que com a sua boa disposição angariou todo um novo conjunto de fãs, eu incluída. Impossível ficar indiferente ao rapaz, que tratou toda a gente tão bem e ainda trouxe Torrence Coombs para o ajudar na festa! Ivana Baquero, Rila Fukushima e Lennie James foram também convidados do evento, que apesar de não me terem causado tanto impacto, também proporcionaram momentos muito agradáveis. Por fim, Jason Isaacs e Katie Leung trouxeram de volta o mundo de Harry Potter e endoideceram os potterheads presentes. Jason Isaacs foi sempre o mais irreverente, um verdadeiro Slytherin, dando respostas absolutamente hilariantes e fazendo lembrar constantemente Lucius Malfoy. Katie Leung estava mais desconfortável, tanto que no início nem encarei com ela, mas consoante se foi soltando foi também mais fácil ouvir a menina e gostar dela. Como foi maravilhoso ver tantos potterheads juntos a falarem sobre este mundo fantástico! Junichi Masuda e Shigeru Ohmori, criadores dos jogos Pokémon Sun & Pokémon Moon, marcaram também presença, protagonizando um dos mais belos momentos entre fãs. Tão lindo ver tantos aficcionados a cantar-lhes a música do videojogo! Foi ótimo sentirmo-nos ali em família. Não posso também esquecer João Paulo Rodrigues, Pedro Alves e António Raminhos, que provocaram imensas gargalhadas e provaram que não é preciso ter alguém internacional para se ter um grande painel. É no entanto impossível falar sobre os painéis e não falar sobre a falta de capacidade de alguns moderadores. O fraco inglês não é aceitável, mas perdoa-se... colocar pessoas a moderar quando nem sabem conduzir um painel ou fazer perguntas adequadas é que não! Senti muita vergonha com algumas coisas que ouvi em alguns painéis.  E não posso sair da temática dos convidados sem comentar o facto de agora tudo ser pago. Era muito bom quando os autógrafos eram de graça e custa-me muito dar 20€ por um autógrafo, mas compreendo que as coisas tenham que ser assim. Afinal, só os paga quem quer, não é verdade? Por isso mesmo, acho que o choradinho do pessoal sobre este assunto já chega. Querem autógrafos de graça? Lamento, não vivemos no mundo perfeito.





No total foram quase 73 mil as pessoas que passaram na Exponor durante o evento, mais 20 mil que no ano passado. É um número surpreendente que não se notou provavelmente pela distribuição dos visitantes pelos quatro dias. Muita coisa melhorou entretanto, desde à organização nas filas (segundo me disseram, já que este ano não apanhei filas) ou até à entrada nos auditórios (mas refiro novamente que não apanhei filas, este ano). Um ponto que continua a precisar de ser melhorado é com certeza os voluntários. Se uns eram muito simpáticos e era até agradável conversar com eles, outros eram tão inúteis que metiam dó. Acredito que seja difícil contornar a situação, mas realmente era preciso melhorar este aspecto. No entanto, acho que a Comic Con está no bom caminho! Foi bom que se pudesse conversar com Joe Reitman e perceber a dificuldade que ele tem em trazer pessoas de renome a este cantinho à beira mar plantado. Estamos no início e é irritante estar constantemente a ouvir alguém a reclamar que os convidados não prestam ou isto ou aquilo. A verdade é que com mais ou menos trabalhos, acabamos sempre apaixonados por eles. Não é o trabalho deles que os define, mas quem eles são e mais uma vez não ficamos desiludidos. Para além disso há que ver que o evento não se faz só destes convidados. Pessoalmente diverti-me imenso nas actividades existentes, gastei demasiado dinheiro em compras e passei imenso tempo a conviver com pessoas que têm os mesmos gostos que eu. Fiz amizades novas e revi velhos amigos e isso vale mais a pena do que os melhores convidados do mundo. 

Foi mais um ano de Comic Con, cansativo como o diabo, mas que me deixou feliz e cheia de saudade. Três edições, três presenças. Para o ano espero estar lá de novo!

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