quarta-feira, 17 de agosto de 2016

[Opinião Livros] A Carne de Deus, de Afonso Cruz


A Carne de Deus, de Afonso Cruz


Editora: Bertrand Editora
Edição/Reimpressão: 2008
N.º de páginas: 272

Sinopse: Thriller" satírico e psicadélico. Conrado Fortes, um homem cinzento, anónimo, preguiçoso, sem interesse nem qualidades, que ainda vive com a mãe, e Lola Benites, uma atraente jornalista a juntar informação para fazer um livro sobre seitas secretas, são apanhados separadamente, por se encontrarem no sítio errado à hora errada, na voragem de uma luta assassina entre lojas maçónicas, pelo segredo de uma delas. É uma história cheia de aventura, "suspense" e ironia. A sua trama, o primeiro romance que Afonso Cruz edita, «nasceu de várias viagens pelo Leste europeu, América do Sul, Ásia e África, bem como do facto de ter sido iniciado em organizações escusas e religiões em desuso. Por vezes animistas e, ocasionalmente, insalubres, segundo os nossos padrões de civilidade.»

Opinião: Quando decidi pegar neste autor para ler não estava de todo à espera do que acabei por encontrar, Opiniões de outros bloggers levaram a que eu quisesse experimentar, já que colocaram o autor num patamar superior, então acho que as minhas expectativas acabaram por ser demasiado elevadas.
A nível de escrita, Afonso Cruz tem um estilo muito próprio, muito interessante e invulgar, que pessoalmente gostei bastante.  É preciso mestria para trabalhar as palavras como ele o faz e criar diálogos da maneira que ele os cria, satirizando, criticando e colocando várias pitadas de humor negro. Muitas vezes dei por mim a abanar a cabeça por achar tão ridícula a forma como o texto estava formado, mas achando absolutamente genial que o autor conseguisse fazer aquilo. Admito que fiquei fã da escrita do autor e por causa merece todas as minhas vénias.
Penso que o maior problema que tive com este livro se prende sobretudo com o ambiente em que o li, o que não me permitiu absorver todos os pontos que provavelmente havia para absorver. Desde que comecei a trabalhar que o único tempo que dedico à leitura é mesmo quando estou parada no trabalho, e portanto sinto que todas as vezes em que era interrompida perdia um pouco da história. Volta e meia já misturava as personagens até que simplesmente deixei de as identificar, não tendo aquele elemento que para mim as caracterizava. Não encontrei nada que me fizesse criar ligação com nenhuma delas, apesar de achar alguma piada a Conrado, que é com certeza o personagem mais característico da história toda. Depois a trama envereda por um assunto que, admito, não me desperta qualquer interesse, e portanto não foi fácil para mim encontrar algo que me puxasse e quisesse saber o que ia acontecer a seguir. Fui lendo mais por teimosia, apesar de que não estava a achar o livro abominável, mas não posso dizer que tenha sido um prazer passar o tempo com o nariz enfiado no livro.
Mais uma vez digo que fiquei fã do autor e da sua escrita e ainda acredito nas palavras dos meus colegas bloggers acerca de outros livros do autor. Este foi o primeiro livro e, como já disse por aqui, primeiros livros são difíceis. Quero e com certeza irei dar outra oportunidade a Afonso Cruz, na esperança de encontrar essas obras-primas de que se fala por essa blogosfera fora!

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